Entrevista a Jaume Bartumeu: A Voz Lusa

Autor:
Font: A voz lusa
Publicat el: 8 d'Abril de 2009

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O colectivo português representa um 16% do total da população que vive em Andorra. Como vê o nível de integração desta comunidade?

Eu creio que há pelo menos dois níveis de integração. Normalmente vejo-o bom. Tive a oportunidade de me aproximar desde as minhas responsabilidades políticas, participando em actividades organizadas pelo Clube de Empresários portugueses, como por exemplo quando veio o antigo Presidente da República, Mário Soares. O facto de que se modificasse a partir dos acordos estabelecidos com Portugal, o período de residência necessária para poder ostentar a particularidade de uma empresa em Andorra, creio que é muito positivo para a integração não só real como também formal dos empresários portugueses em Andorra. Eu vejo uma integração boa e também vejo que por vezes há sectores que lhe custam mais, mas a Sociedade andorrana também tem a sua responsabilidade. No que se refere à língua há outras colectividades que lhes custa mais falar o catalão do que a comunidade portuguesa.

Há vozes que reclamam a língua portuguesa integrada no plano de estudos como língua estrangeira. Qual é a sua opinião?

Eu estou a favor de que a língua portuguesa se ensine na escola Andorrana. Estou tão de acordo que o meu filho tem um diploma. Esteve na escola andorrana e seguiu as aulas de português. A minha filha não pode seguir, agora não conheço exactamente a situação, perguntei e a escola que me deram na escola foi que não haviam professores de língua portuguesa. Este é um tema que temos de falar com o novo Embaixador, e depois das eleições esperar e confiar que estaremos em situação de responsabilidade, ou seja dentro do Governo estudaremos esta situação. De momento não posso dizer nada mais.

No caso que o seu grupo consiga a maioria suficiente para poder governar, pensam adoptar algum tipo de plano de integração para os colectivos estrangeiros?

Nós queremos modificar o termo de residência para poder optar pela naturalização, ou seja, escolher a nacionalidade andorrana. Queremos reduzir o tempo porque pensamos que 20 anos é excessivamente exagerada. Há um problema que é andorrano, que é constitucional por isso vejo-o difícil de resolver porque na Constituição andorrana estabelece a nacionalidade única, por tanto um cidadão que esteja em Andorra há muitos anos, que continuem vinculados ao seu pais de origem tenham uma opção muito radical e dura. Para serem andorranos têm de deixar de ser portugueses, espanhóis, franceses ou de outra nacionalidade. Creio que se pode integrar a gente sem chegar ao extremo de tenham de optar por uma nacionalidade. Eu estou muito contente quando encontro cidadãos de origem portuguesa que são andorranos, mas a integração pode se fazer, como antes falamos, do tema dos direitos económicos, do ensino da língua portuguesa na escola andorrana, eu creio que podemos conseguir uma melhor compenetração das diversas culturas sem chegar ao termo de escolha de nacionalidade.

No caso que o seu grupo consiga a maioria suficiente para poder governar, pensam adoptar algum tipo de plano de integração para os colectivos estrangeiros?

Nós queremos modificar o termo de residência para poder optar pela naturalização, ou seja, escolher a nacionalidade andorrana. Queremos reduzir o tempo porque pensamos que 20 anos é excessivamente exagerada. Há um problema que é andorrano, que é constitucional por isso vejo-o difícil de resolver porque na Constituição andorrana estabelece a nacionalidade única, por tanto um cidadão que esteja em Andorra há muitos anos, que continuem vinculados ao seu pais de origem tenham uma opção muito radical e dura. Para serem andorranos têm de deixar de ser portugueses, espanhóis, franceses ou de outra nacionalidade. Creio que se pode integrar a gente sem chegar ao extremo de tenham de optar por uma nacionalidade. Eu estou muito contente quando encontro cidadãos de origem portuguesa que são andorranos, mas a integração pode se fazer, como antes falamos, do tema dos direitos económicos, do ensino da língua portuguesa na escola andorrana, eu creio que podemos conseguir uma melhor compenetração das diversas culturas sem chegar ao termo de escolha de nacionalidade.

Como vê a hipotética possibilidade dos residentes que não são andorranos participarem nas eleições comunais?

É outro problema Constitucional. Há alguns partidos que defendem a participação nas eleições comunais, eu não digo que não, mas digo que se teria de modificar a constituição.

E a nacionalidade, vê factível diminuir o tempo de residência e em caso afirmativo, qual seria o período mínimo que crê que seria necessário?

Em parte já respondi a esta pergunta. O período mínimo necessário para mim é de dez anos. O meu partido pensa que são 15. Agora são 20. Creio que 10 anos é tempo suficiente para ver se se está integrado num país como o nosso.

No período de crise económica internacional que estamos a atravessar, qual o papel que Andorra tem de ter e quais são os riscos que pode encontrar?

O problema que temos em Andorra com a crise internacional é que a par da crise internacional e consequente crise financeira bancária, temos uma crise interna estrutural do modelo económico que forma parte do plano da nossa proposta programática para as eleições. Para Andorra será difícil porque há graves consequências de perda de clientes, porque o cliente que vem de fora perdeu poder de compra e portanto viaja menos e gasta menos, dada a crise económica. Creio que a legislação será difícil e assim como esperamos e queremos, se estivermos o governo temos de trabalhar muito para solucionar o problema.

E tendo em conta o contexto actual, como vê o futuro do país?

Vejo-o com optimismo, contrariamente ao que possa parecer, se tomarmos as medidas valentes que temos de tomar. Temos de as adoptar para assentar as bases das mudanças durante o tempo que falta para terminar 2009 porque se deixamos passar o tempo, o futuro de Andorra será complicado.

Para concluir, diga-me um bom motivo para votar em si?

Somos uma oferta sólida, não improvisada. Faz tempo que temos uma equipa constituída, faz tempo que temos planeado um programa que apresentamos publicamente no dia 15 de Janeiro em Ordino. No dia 18 de Março já apresentei o programa aos meios de comunicação, quando se lê que o novo partido liberal, com a sua nova denominação, ainda está à procura da maneira de apresentar o seu programa. Creio que Andorra precisa de seriedade e responsabilidade e nós oferecemos aos eleitores estas duas características. Sabemos trabalhar e sabemos o que o país necessita porque falamos e escutamos a gente durante os últimos 4 anos e portanto penso que somos os que estamos em melhor situação para defende-los.

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